A LENDA DA MÃE DO OURO


Conta-se que no vilarejo de Rosário, nas margens do rio Cuiabá, vivia há muitos anos um mineiro ambicioso e cruel, cujos escravos eram obrigados a entregar-lhe, todos os dias, uma determinada quantidade de ouro. Um dos escravos, um velho chamado Pai Antônio, passou toda uma semana sem encontrar uma só grama de ouro. Triste e cabisbaixo, pensando no castigo que seu amo lhe infligiria, Antônio viu diante dele, uma formosa fada. A fada perguntou ao escravo sobre o motivo de sua tristeza. A mulher lhe disse: "Compre-me uma fita azul, vermelha e amarela, um pente e um espelho, pois quero lhe ajudar. Rapidamente Antônio cumpriu as ordens da fada. Quando lhe entregou os objetos pedidos, ela lhe indicou o lugar no qual havia uma mina de ouro. Em troca do segredo só lhe impôs uma condição: não deveria revelar a ninguém a localização da mina.

Antônio dirigiu-se rapidamente à mina, apanhou boa quantidade de ouro e levou-o ao seu irado amo. Naturalmente, o homem quis saber onde seu escravo tinha encontrado o ouro. Recusando-se a fazer tal revelação, passou a receber terríveis açoites diários. Suplicando e pedindo ajuda à fada, isto é, a mãe do ouro, Antônio implorou que o deixasse contar o segredo. A fada concordou, com a condição de que seu amo fosse à mina com 22 escravos e que escavasse até encontrar a rocha. Os homens assim fizeram e se depararam com uma jazida de ouro em forma de uma árvore. No entanto, apesar de tudo que tinham escavado, não conseguiram chegar ao fundo da mina. A fada, neste momento, pediu a Antônio que se separasse das escavações. Um desabamento acabou por enterrar a mina para sempre, levando consigo os escravos e o cruel mineiro.

Hoje em dia, na selva da Juréia, os indígenas caiçaras crêem que a aparição da "mãe do ouro", isto é, da esfera de luz amarela, indica o lugar onde se encontra uma mina de ouro ou um tesouro deixado pelos portugueses e espanhóis.
A lenda ou lendas sobre ouro enterrado, baseia-se na crença das almas do outro mundo. A alma que morreu, sem deixar notícias do dinheiro que tinha escondido ou guardado em tal e tal lugar, anda penando. As luzes azuladas, que se observam na noite nos campos e ao redor das povoações, não são senão almas penadas.

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