IARA



A Iara é um dos mitos mais conhecidos e também dos mais confundidos da região amazônica. Geralmente as pessoas acham que a Iara é uma mulher loura, de olhos azuis e a parte inferior do corpo em forma de peixe. Esta descrição na verdade é da sereia européia e não da Iara amazônica. A Iara, além de ser confundida com a sereia européia, o é também com a Iemanjá africana e na verdade nada tem a ver nem com uma nem com outra. Em certos locais dizem-na boto-fêmea, também a encantar os homens e levá-los para o fundo, e em outros dizem ser a própria Boiúna (cobra preta), que traduzem erroneamente por cobra grande.

Na verdade, a Iara é uma linda mulher morena, de cabelos negros e olhos castanhos. De beleza ímpar, os que a vêem nua a banhar-se nos rios não conseguem dominar seus desejos e atiram-se nas águas. Nem sempre voltam ao mundo dos vivos. Os que o fazem, voltam assombrados, falando em castelos, séqüitos e cortes de encantados. E é preciso muita reza e pajelança - e de um pajé com muita força - para tirá-lo do estado de torpor.

Alguns a descrevem como tendo uma cintilante estrela na testa, que funciona como chamariz para atrair o olhar e assim ser facilmente hipnotizado. Quanto à possível forma de peixe da parte inferior da Iara, isto é apenas um vestido, ou melhor, uma espécie de saia, que ela veste por vaidade e para dar a ilusão de ser metade mulher, metade peixe. Confundida ou não com crenças de outras plagas, a Iara até hoje exerce um grande fascínio e maior encantamento nos homens da região.

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