O RITUAL DA MOÇA NOVA

Em algumas tribos considera-se que a puberdade um período muito perigoso, onde os jovens, se não forem bem orientados, podem ser influenciados por espíritos maléficos. Este ritual tem a finalidade de iniciar a menina-moça à vida adulta. A partir da primeira menstruação, toda a menina é conduzida para um local reservado, construído para este fim com esteiras ou cortinados, onde permanecerá, como se estivesse em um casulo, durante três meses.
Longe dos olhos do mundo e em total silêncio, a menina-moça estabelecerá contato apenas com a mãe e com a tia paterna durante esse período e deverá dedicar-se ao aprendizado dos afazeres femininos, como a fiação do algodão e o preparo de cestas, redes e esteiras.

O "casulo" é uma referência à borboleta em crisálida. A jovem, como a borboleta, quando sair de sua reclusão após três meses, será reintegrada na comunidade como "moça-nova", ou seja, uma mulher adulta.
A indiazinha sai da clausura com a sua pela clara devido a falta de sua exposição aos raios do Sol, e ao término da festa ritualística, que conta com presença de todos os integrantes da tribo, a moça estará apta para casar e tornar-se um membro ativo da comunidade,

Este ritual de passagem é realizado anualmente, e os preparativos para a grandiosa festa demora vários dias. Prepara-se trombetas, tambores, várias máscaras que representam os animais, tais como macacos, onças e veados, colares de penas coloridas e sementes, e outros enfeites para a menina-virgem. A mandioca, o peixe e o "Pajauarú" (bebida derivada da fermentação da mandioca) são preparados com antecedência.

Um comentário: